Escrevo, desordenadamente, tudo que sinto e deixo minhas mãos correrem livres pelo papel ou pelas nuvens, pelos campos que ando atravessando sem regras, sem algemas, sem nada. Nada que roube a liberdade das minhas mãos, e elas voam, bailam. Às vezes choram, enxugam os olhos, mais sempre correm leves, seguindo o vento. Em meu pensamento, ouvindo tudo e transpirando o sentimento por entre os povos do meu eu. Minhas mãos vão, leves, rebeldes soltas ao relento, correntes irreais que as prendem ao meu corpo, ao nada da matéria, embora em sua essência, o elo inabalável. Elo ligado ao todo de minha alma e vai escorregando, costurando palavras, sem importar com a melodia de seus versos, apenas as batidas do meu coração. Em minha própria vida formando, aos poucos, a fiel fotografia de quem sou.