Hoje desaprendi a escrever, a rezar, a dar nó no cadarço do tênis.
Na rua falo com estranhos, pois desaprendi a ter vergonha.
Desaprendi o tamanho do mar, mergulho de cabeça e desaprendo o mundo, desaprendo a todos.
Seus olhos, suas mãos, seus sobrenomes...
Desaprendo o gosto amargo da fumaça dos carros, o doce do pudim de leite, e o sal do suor que foge para a boca. Comigo trago livros tristes e sentada na ponta da cama, com a luz apagada, posso constatar que assim, eu aprendo a chorar de alegria.